Com uma programação diversificada e foco nos “artistas da terra”, o primeiro dia de atrações da 2ª Virada Cultural de Alagoinhas movimentou a praça pública com um misto de canções consagradas na Bahia, já conhecidas pela população, e letras autorais, de bandas que tiveram a oportunidade de apresentar sua produção ou relembrar os ritmos que embalaram a noite alagoinhense em outras épocas.
Quem abriu os trabalhos, neste sábado (15), foi o grupo Sangue Real, que convocou o público para participar do evento, com originalidade e irreverência, chamando a atenção para as relações de opressão e para a realidade presente na periferia.
No centro do palco montado na Praça Conselheiro Rui Barbosa, Adriel Bicho Solto, Mc Mamah, DJ Edy Soares e Deny Silva trouxeram a mensagem de resistência em composições que despertaram o interesse das pessoas que chegavam ao espaço público neste final de semana.
Em seguida, quem subiu ao palco foi o Grupo Fama, com coreografias, técnicas modernas, performances e muita dança.
Às 18h, foi a vez da cantora Nágela Ramos entoar a tradicional “Ave-Maria”, relembrando a pontualidade da música que, em outros períodos, era reverberada pelos alto-falantes da cidade. Este ano, a artista relembrou clássicos da música popular brasileira, animou o público com o samba e fez a festa com hits do momento.
Na sequência, Acarajazz&Abarablues chegaram à Virada Cultural com um repertório versátil, versões da Black Music e produções autorais da banda que surgiu nos anos 90 e revolucionou o cenário musical baiano. Com uma parceria de Catu e releituras clássicas cheias de vibração, entusiasmo e afinação, os integrantes inquietaram o público de Alagoinhas.
“Eu amei a banda. Foi perfeito. Acredito que todos gostaram, porque a festa está muito organizada. Espero que Acarajazz&Abarablues toque mais vezes”, declarou a moradora Reisânia Rezende dos Santos, que acompanhou de perto toda a programação da Virada.
Mas a apresentação não foi pontual e o show seguiu envolvendo comunidade, representantes das instâncias municipais e entusiastas da música e da cultura.
Pouco depois das 20h, os “Poetas do Povo” fizeram uma releitura das noites que aconteciam na década de 80, em Alagoinhas, e convidaram o pesquisador, poeta e dramaturgo Lázaro Zacariades para uma pequena intervenção na grande festa em praça pública. No palco, os músicos deram voz, tom, ritmo e vida a canções que fazem parte da cultura regional. Eles voltam a se apresentar nesta segunda-feira (17), na abertura comemorativa dos 40 anos do Movimento Cultural de Alagoinhas – história da qual também fazem parte com contribuições efetivas para o cenário musical.
A atração mais aguardada chegou sem atrasos, sem alardes e com muito axé. Gerônimo se apresentou – depois de anos, em Alagoinhas – embalando o universo da Praça com a magia da música afro-baiana e os compassos do ijexá.
Trazendo uma mensagem de compartilhamento, de valorização da cultura e de reconhecimento dos artistas locais, o compositor consagrado e sua banda trouxeram Oxum, Jubiabá e muita animação para o centro de Alagoinhas.
Misturando arranjos da carreira e apresentando as músicas que se tornaram símbolo da baianidade, os músicos transformaram a festividade de fim de ano, na Virada Cultural, em um momento único de interação, movimento e energia.
“Todo povo que trabalha com a sua cultura é um povo forte e inteligente”, disse, no palco, o artista.
E a energia que emanou na apresentação continuou na Praça quando Gerônimo Santana se despediu do palco.
Quem continuou a festa foi Reggae Zambê, que acentuou as vibrações após a meia noite, levando positividade aos cantos onde só a música é capaz de chegar. Com batuques, vocais afinados e repertório que se aproxima dos grandes nomes do reggae, a banda convidou o público para dançar noite adentro no espaço de manifestações da cultura.
O encerramento de sábado ficou por conta de Los Barrachos, que trouxe o brega para a 2ª Virada Cultural e finalizou as apresentações da noite com movimento, diversão e muito agito.
“É uma oportunidade de você reunir diferentes campos da arte, juntando e oferecendo condições de uma apresentação de qualidade para os artistas locais. Temos reggae, rock, samba, hip hop. São diferentes estilos para um palco patrocinado pelo município, com a colaboração do Fundo de Cultura, de um orçamento para ser aplicado em atividades que nos dignificam. Esse é o intuito, oportunizar a apresentação de bandas de diferentes estilos e experiências musicais”, destacou Iraci Gama, secretária de Cultura e vice-prefeita do município.
O prefeito Joaquim Neto também participou da festa e enfatizou que a Virada Cultural continua neste domingo (16), com uma programação que valoriza a memória, a cultura e os artistas locais.
Confira a programação deste domingo:
VIRADA CULTURAL
Dia 16/12:
8h – Zumba
10h – Canvas
12h – Quixabeira da Matinha
14h – Caffé Pitta
16h – Turma do Bid