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“Adoro meu Pernambuco, mas eu não saio de Alagoinhas nem amarrado”, afirma forrozeiro que puxou o público para o arrasta pé no São João oficial da cidade


26 de junho de 2018, 17:07

Natural de Pernambuco e morando há mais de 35 anos na Bahia, Chiquinho, que subiu ao palco na noite de sexta-feira, com a Banda Forró Pesado, gravou o primeiro LP em 1992, mas foi em Alagoinhas, segundo ele, que veio a oportunidade de viver com a música.

“A gente, quando começa, não tem ritmo definido. Eu cantei sertanejo, cantei música romântica, até rock. Quando eu cantei o primeiro forró, chegaram diversas pessoas falando ‘rapaz, você é forrozeiro’. Aí eu fui fazer um forró no São João sem esperança nenhuma, nem acertei quanto era que ia ganhar, e o cara me deu uma maço de dinheiro que eu nunca tinha ganhado na minha vida. Eu disse ‘Minha Nossa senhora, vou ficar no forró. E fiquei até hoje’”, pontuou.

Mas, a caminhada nem sempre foi fácil. Quando o pai de família resolveu se jogar na estrada, teve perrengue, aperto para criar os filhos e muita luta para conseguir chegar à marca de 13 CDs e 1 DVD gravado na carreira profissional, mas o cantor se meteu a beber a água de Alagoinhas e – adivinhem – não deu outra: criou raiz por aqui. “A gente, quando vira músico de verdade, quer ganhar a vida com a música, a gente sai correndo trechos. Aí o trecho que a gente faz o nome melhor, a gente fica. Foi aqui em Alagoinhas que me apoiaram”, afirmou.

No palco da cidade, na sexta-feira de abertura do circuito oficial, Chiquinho e Forró Pesado agitaram a festa ao embalo de “Pedido de Amor”, “Teu Tempero” e “Forró Veneno”, entre outras canções conhecidas pelo público. O cantor, que traz como referência o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, e se apoia em influências do xaxado e do xote, transformou em música a paixão pela cidade que tomou para si: foi Chiquinho quem fez a trilha oficial do São João de Alagoinhas 2018. “Eu me apaixonei por Alagoinhas. Alagoinhas, pra mim, rapaz, é tudo, é a minha cidade. Eu quero viver minha vida toda em Alagoinhas, morrer em Alagoinhas e ser enterrado em Alagoinhas. Adoro meu Pernambuco, mas eu não saio de Alagoinhas nem amarrado”, comentou o forrozeiro.

Depois de 29 anos no município e com a agenda de shows requisitada durante os festejos juninos, em uma programação de até 4 apresentações diárias nesse período, o forrozeiro ressaltou a importância de valorização da cultura nordestina e do ritmo tradicional, que evidenciam a história e a cultura regionais. “É importante que existam pessoas como Joaquim, como professora Iraci, que dão valor à cultura. Você vê que Alagoinhas teve forró em todo lugar e está tendo. Teve trem do forró, teve forró na estação, no mercado do artesão. Poxa, isso aqui é uma força para a nossa cultura. Pra mim, isso é tudo, então tem que ter prefeitos que façam mais isso”, destacou Chiquinho.

O que ele faz para manter a energia em alta, mesmo com o ritmo intenso dos festejos e shows em sequência nesta época do ano? Foca no público. “O povo é que faz a gente continuar cantando. A gente está ali exausto, mas o povo está ali, dando aquela energia, então é isso que faz a gente viver”, finalizou.

 

 

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