A Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS), através do Centro de Referência de Assistência Social de Boa União (CRAS Boa União) promoveu, nesta terça-feira (17), um “aulão de dança” para os usuários do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), com presença do Secretário da pasta, Alfredo Menezes, e do prefeito Joaquim Neto, que aproveitaram a oportunidade para entregar as camisetas do programa aos assistidos pelo sistema.
“A entrega das camisas é justamente para ter a identificação, porque eu acho que as pessoas se sentem pertencentes ao equipamento com a vestimenta. Quando alguém utiliza uma farda, por exemplo, elas tendem a se sentir mais proativas, pertencentes a um grupo, e isso é motivador”, explicou o psicólogo da unidade, Arnon Pereira Silva.
Segundo ele, o principal propósito dos grupos é fortalecer os vínculos familiares e comunitários através de oficinas, eventos, dinâmicas, rodas de conversa e sessões de cinema. “Como o CRAS é a casa das famílias, a gente desenvolve atividades para que esses laços se estreitem”, acrescentou Luciana Gonçalves Monteiro, assistente social que divide as atividades com o psicólogo da unidade.
O trabalho desenvolvido pelo CRAS Boa União contempla atualmente grupos de crianças, adolescentes, homens e mulheres, conforme calendário previsto pelo setor e, de acordo com representantes da unidade, a intenção é que as atividades desenvolvidas possam se tornar também possibilidade de empreendimento. “Um trabalho inovador que o CRAS está fazendo é justamente esse fomento da unidade produtiva. A gente tem desenvolvido um trabalho sobretudo com o grupo de mulheres que a gente pretende levar também para o grupo de adolescentes. Fazemos cestas sustentáveis com jornais, pastas sanfonadas, flores com garrafa pet, ovos de páscoa, tudo isso pensando também na geração de renda. Muitas famílias daqui dependem exclusivamente do bolsa família, então o que acontece? Pensando nisso, tendo essa prioridade, a gente tenta levar um pouco desse sentimento para que elas possam produzir nas suas casas, ser multiplicadoras e gerar uma renda para a família”, explicou Arnon Silva.
O Secretário de Assistência Social, Alfredo Menezes, apoia a iniciativa e destacou a necessidade de aproximar as pessoas do poder público para transformar a realidade das comunidades. “Agora o CRAS é vida. O que vocês precisam entender é que, quando a gente pegou a prefeitura, principalmente a Secretaria, a Secretaria não tinha vida, não representava, e isso acontecia com a sede e acontecia com os CRAS, tanto dos distritos quanto de Nova Brasília e da Praça do CEU. O que a gente quis fazer desde o início, que Joaquim me falou, foi humanizar essa secretaria. E o que estamos fazendo hoje é isso. Hoje eu ganhei o meu dia vendo pessoas que tem um pouquinho mais de idade do que eu dançando até embaixo. O CRAS Boa União era um dos CRAS que faltava pessoas dentro dele. Estou muito feliz em ver que hoje isso mudou”, pontuou.
Declaração que se reflete em realidade, como no relato de Maria Neves Pacheco, que mora há 46 anos na região. “[o grupo de mulheres do CRAS] tem hoje 25 pessoas. De primeiro, não tinha isso tudo não, só tinha umas 10 pessoas, e a gente está chamando mais gente pra vir”, contou a usuária, que participa do serviço de convivência e fortalecimento de vínculos desde janeiro. “Estou achando bom. Me distraio muito. Tira algumas coisas da minha cabeça, que eu vivo muito preocupada e, quando estou lá, eu estou me divertindo. São muitos amigos e é tudo bom lá pra gente! É alegria, é brincadeira, é muita coisa boa. A gente aprende artesanato, fizemos ovo de páscoa e estamos aprendendo”, contou Dona Maria.
Terezinha Ferreira dos Santos, que participa do grupo há mais de 4 anos, concorda. “Eu acho muito bom. Eu mesma, de primeiro, dizia ‘eu vou lá nada. Tenho mais o que fazer em casa. Não vou lá não’. Fui uma vez, gostei e nunca mais desisti de ir. Toda vez que tem, eu vou. É importante porque a gente está aprendendo qualquer coisa. Somente ficar dentro de casa pensando não adianta. A gente já fez boneca, já fizemos cestas, já fizemos um bocado de coisa. Fizemos também o ovo de páscoa, flores de garrafa pet”, comentou.
Terezinha e Maria que, desta vez, levou também a filha para o “aulão de dança”, fazem parte das mais de 200 famílias atendidas pelo CRAS Boa União que, de segunda a sexta-feira, presta atendimentos à população. O trabalho, que não se restringe ao serviço individualizado, dá espaço a uma rede de acompanhamento familiar e fortalece os vínculos em comunidade.
Para Joaquim Neto, o sentimento é de satisfação. “Vocês têm aqui aulas de dança, muitas crianças que fazem violino, tem futebol e artesanato, então fico muito satisfeito em ver que as coisas aqui em Boa União tem acontecido. Saio daqui de alma lavada porque tenho visto a alegria de vocês”, disse o prefeito aos assistidos durante o “aulão de dança”.
A previsão, a partir de agora, segundo o psicólogo e a assistente social do CRAS Boa União, é que os grupos desenvolvam atividades para o dia das mães e planejem ações na preparação para as festividades de São João.