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Desenvolvimento do campo: com apoio da Prefeitura, agricultores do Cangula participam de curso de olericultura


24 de maio de 2019, 17:01

Com foco na capacitação de produtores rurais e na formação voltada a técnicas que favoreçam o desenvolvimento do campo, a Prefeitura se associou à Bracell, antiga Copener, e finaliza, nesta quinta-feira (23), um curso de olericultura direcionado a produtores da comunidade quilombola do Cangula.

Foto: Roberto Fonseca

As atividades foram iniciadas na última terça-feira (21) e realizadas nos turnos matutino e vespertino, na própria associação comunitária, onde pequenos produtores e produtoras puderam aprender técnicas adequadas para o manejo de hortaliças.

“Um dos objetivos é capacitar as mulheres que fazem parte do projeto Farmácia Verde para que elas venham a produzir as próprias ervas associadas a hortaliças de forma orgânica, sem a utilização de venenos. São atividades teóricas e práticas desenvolvidas na própria comunidade. Vamos construir uma horta orgânica e ensinar, na prática, a preparação de defensivos orgânicos, alternativos, como biofertilizantes e caldas naturais para combate às pragas, fortalecimento das plantas e repelente de insetos e doenças. Um dos intuitos do estudo da agricultura orgânica é justamente a produção de alimentos naturais, porque vemos hoje o grande aparecimento de doenças que são difíceis de se diagnosticar e que, no fundo, podemos estar associando ao uso intensivo de venenos na agricultura. O Brasil hoje é o maior consumidor de venenos, na agricultura, venenos inclusive que não são autorizados em outros países e que aqui ainda se usa. A turma está bem empenhada, interessada, justamente para colocar em prática isso tudo, melhorando a própria alimentação e tendo a oportunidade de ofertar, no mercado, um produto de qualidade”, explicou Elionara Silva Souza, instrutora do SENAR, que ministrou a capacitação.

Foto: Roberto Fonseca

A preocupação de Elionara e da Secretaria Municipal de Agricultura, que tem fomentado iniciativas de valorização dos produtos da terra, vai na contramão à liberação do uso de novos agrotóxicos pelo Governo Federal. Em janeiro de 2019, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou, em Diário da União, um ato que libera mais 28 agrotóxicos no país.

No interior baiano, com uma produtividade expressiva de aipim, batata doce, exuberância no plantio de feijão de corda e hortaliças, Alagoinhas tem apostado no cuidado com o solo como uma fonte de renda e desenvolvimento.

A produtora Maria Cristina da Paixão Carvalho, que participou do curso de olericultura promovido esta semana, aprovou a iniciativa.

Foto: Roberto Fonseca

“Pra mim, está uma maravilha. Estou amando o curso. Me surpreendeu muito. A instrutora passou um filme falando de José e João, de duas famílias diferentes, e mostrando como um progrediu e como outro acabou. Pra mim, isso foi muito marcante. Eram 2 famílias. Uma saiu para a cidade, porque ele [José] não gostava de trabalhar na roça. Lá ele teve que trabalhar de pedreiro, pagar água, luz, aluguel. O João permaneceu na fazenda dele, colocou os filhos pra estudar, os filhos se formaram fora, um técnico agrícola, depois os filhos voltaram e essa fazenda progrediu. José acabou debaixo de uma ponte, porque perdeu o emprego, não teve mais como sobreviver, depois foi para as drogas. Então é pra gente aprender a valorizar o que nós temos. Se eu já não queria sair daqui, agora é que eu não quero sair mesmo. Aqui tenho tudo de graça, posso plantar, colher, comer, sem custo nenhum. Posso ter meus legumes, minha galinha de quintal, meu ovo, sem me custar nada. E ainda lá no mercado, quando compro, não temos o produto no natural, sem as químicas. Aqui fazemos nossa compostagem, usamos as folhas, o mato que a gente queimava já está virando adubo e o curso está complementando coisas que a gente já praticava por aqui”, relatou.

Com o encerramento do curso, nesta quinta-feira (23), o secretário municipal de agricultura se comprometeu com a implantação de uma horta agroecológica, em apoio à iniciativa. O município deverá contribuir com a cessão de sombrite, tubos, mangueira e outros materiais para a horta comunitária, atendendo à demanda da comunidade quilombola.

Foto: Divulgação/SEMAG

Geraldo Almeida informou ainda que a intenção da SEMAG é estabelecer um local exclusivo para produtos da agricultura familiar e agroecológicos na Central de Abastecimento de Alagoinhas, fomentando a geração de renda a partir da comercialização de alimentos saudáveis, cultivados sem agrotóxicos.

Foto: Roberto Fonseca

Também participaram do encerramento do curso o técnico de projetos sociais da Bracell, Dailson Ramalho e o presidente do Sindicato Rural de Cipó, José Raimundo, que representa o SENAR na organização dos cursos para o Território Litoral Norte e Agreste Baiano.

A previsão, segundo a SEMAG, é de que novas capacitações sejam realizadas ainda este ano, abrangendo o Cangula e também outras comunidades rurais.

 

 

 

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