Povoações em torno de uma igreja, vila, distrito. Pórtico de Ouro do Sertão Baiano, Freguesia da Água Fria, Freguesia de Santo Antônio das Lagoinhas, Villa de Santo Antônio d’Alagoinhas. Ao longo de sua trajetória, que remonta ao século XVIII, Alagoinhas teve inúmeras definições e nomenclaturas até alcançar o status de município. Um município em ininterrupto desenvolvimento: populacional e econômico.
Foi em 1853, após trinta e sete anos pertencente a Inhambupe, que ocorreu a oficialização da emancipação política de Alagoinhas. A data, 2 de julho, ficaria marcada para a posteridade como o dia da posse da Primeira Câmara Municipal do Conselho e de seu presidente, Coronel José Joaquim Leal. Um dia e um mês que, pela importância da independência e pelas intrínsecas conquistas dela provenientes, viriam a ser comemorados por diversas gerações.
Originado a partir de um quarteto de rios – Sauípe, Catu, Subaúma, Quiricó – e de lagoas e córregos existentes na região, o nome definitivo da cidade localizada a 128 km da capital baiana faz, desde a sua gênese, referência a uma palavra que ainda hoje assume um papel de incontestável protagonismo em sua história: água.
Segundo o Plano Diretor de Recursos Hídricos, desenvolvido pela Superintendência de Recursos Hídricos – SRH (1996), Alagoinhas está inserida na Bahia Hidrográfica do Recôncavo Norte e Inhambupe, na sub-bacia do rio Pojuca, numa área cuja totalidade é de 4.341 km². Com o passar dos tempos, justamente a qualidade da água – parte do aquífero que vai de Dias D’Ávida até Tucano – seria uma das principais fontes de destaque da cidade – não só no âmbito estadual, mas também no cenário nacional e internacional, repercutindo em estudos e imprensa.
No final do século XX, graças ao fator qualitativo do recurso hídrico aliado a uma satisfatória logística, o ramo industrial das cervejarias começou a se estabelecer localmente. E assim, a água que em anos remotos brotava abundante do solo escavado, viabilizou um crescimento exponencial, alavancando a economia municipal.
E se é inimaginável falar sobre Alagoinhas sem direcionar os holofotes para sua água, o mesmo se aplica à relação entre a cidade e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), responsável pelo gerenciamento dos serviços públicos de saneamento básico: 1) o abastecimento de água e 2) o tratamento de esgoto. Dada a imprescindibilidade destes dois pontos para o funcionamento desejável de uma sociedade civilizada, a história de Alagoinhas e a história da autarquia são, a rigor, indissociáveis.
A criação do SAAE, em 3 de agosto de 1965, pouco mais de um século após a emancipação de Alagoinhas, foi um grande avanço no que concerne à saúde pública e à qualidade de vida. Antes disso, porém, as necessidades de abastecimento eram supridas de maneiras rudimentares; as pessoas lançavam mão de latas, barris, baldes e tinas para apanhar água diretamente dos córregos e pequenos poços individuais, e, não raro, transportavam a coleta com o auxílio de animais.
Naturalmente, é de se imaginar que, apesar dos predicados inerentes à água local, a ausência de um tratamento adequado para o consumo humano era um problema de porte significativo. A expansão da cidade trazia, colateralmente, uma série de percalços. À época, submetido à administração da Fundação de Servidores de Saúde Pública (FSESP), hoje Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), o SAAE surge, pois, tanto para mitigar deficiências de ordem prática (coleta, transporte), como também no intuito de viabilizar a intermediação ambientalmente segura entre o recurso natural e os usuários (cuidado, análise).
Em 1º de setembro de 1969, através de convênio entre a Prefeitura Municipal, a FSESP e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), entrou em operação o projeto de Abastecimento de Água. Até 1975, paulatinamente, foram estruturados os principais elementos de administração, captação e distribuição de água do Serviço de Abastecimento.
De lá para cá, muita coisa mudou – para melhor e nos mais variados aspectos. Atualmente, Alagoinhas é composta por mais de 155 mil habitantes; recebe, diariamente, incontáveis pessoas de inúmeras localidades adjacentes, atraídas pelo comércio efervescente e serviços em distintas áreas.
E é aí que se sobressai a função do SAAE, uma peça indispensável para o pleno funcionamento das engrenagens da máquina. Em cada casa e em cada loja comercial, em cada rua e em cada avenida, em cada bairro e em cada distrito, lá está o SAAE.
Patrimônio incontestável do povo alagoinhense, a autarquia, ainda é responsável pela criação de empregos, direta e indiretamente. Às vésperas do 165º aniversário de Alagoinhas, o SAAE emprega 289 pessoas, entre servidores, cargos comissionados, terceirizados e estagiários.
Simone Cordeiro, atual responsável pelo Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAS), está entre os servidores do primeiro concurso, o de 2004. Filha da terra e assistente social graduada havia apenas um ano, “ter, aos vinte e um anos de idade, ingressado numa instituição de tamanho peso foi extremamente gratificante e desafiador, um marco em minha vida”.
Ivanei dos Santos Simão, por sua vez, tinha vinte anos quando passou no concurso de 2007, como auxiliar operacional. Em 2011, ele viria a repetir o feito, desta vez como encanador. “O SAAE mudou completamente a minha vida”, afirma Ivanei. Segundo o servidor, “a noção da importância do SAAE para Alagoinhas me fez adquirir um senso de responsabilidade sem precedentes, e ainda hoje possibilita descobertas e aprendizados”.
Marias das Graças Reis, diretora geral da autarquia, formada em Engenharia Sanitária e Ambiental, nascida e criada na cidade, ressalta que “fazer parte do SAAE sempre foi o sonho de muita gente, inclusive o meu, dado o papel central frente ao município, de modo que vir todos os dias trabalhar é fonte de muito orgulho, pois sei que estou contribuindo para o saneamento e a saúde pública do nosso município”.
Seja na sede, no Posto de Atendimento, nas estações de tratamento ou simplesmente nas ruas, os trabalhadores do SAAE estão, todos eles e independente de suas funções, inseridos na realidade cotidiana de Alagoinhas, assegurando, por meio de empenho e superação, que a população seja assistida da maneira como merece.
Trata-se, sem dúvida, de uma tarefa árdua: setor administrativo, sistemas de abastecimento, fossas coletoras – o SAAE trata quase 90% do esgoto que coleta. Precisa-se de um comprometimento e uma união descomunais entre seus funcionários, distribuídos em diretorias, coordenações, equipes.
Ao longo de 2018, o SAAE tem executado uma série de obras de infraestrutura e ações sociais integradas, com base em um plano de ação cuja finalidade é levar, através do saneamento ambiental, saúde e dignidade às pessoas. Obras como o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC 1 e PAC 2) e o Saneamento Para Todos, em convênio com o Governo Federal, elevarão o atendimento de serviço com esgotamento sanitário de 14% para 30%.
Os dados são promissores. Juntas, as três obras estão orçadas em mais R$21 milhões, contemplando ruas, travessas e bairros com esgotamento sanitário (rede de esgoto, estação elevatória, estação de tratamento, redes coletoras e condominiais e convencionais, ligações intradomiciliares).
São cinquenta e dois anos de dedicação do SAAE aos moradores de Alagoinhas. E que venham muitos outros. Como se observa, mais do que nunca os alagoinhenses têm mesmo muito o que comemorar nesta segunda-feira (2).
ASCOM
Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE Alagoinhas
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