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“Eu aprendi o que é abraço no CRAM”, diz ex-assistida durante debate sobre rede de proteção à mulher


6 de junho de 2018, 17:35

Foto: Roberto Fonseca / SECOM

“Precisava de orientação e fui bem acolhida aqui [Centro de Referência de Atendimento à Mulher – CRAM]. Minha psicóloga me ensinou a dizer ‘sim’ para as coisas que eu quero, mas também a dizer ‘não’ e aprendi a gostar mais de mim. Aqui tem abraço, carinho e atenção”, conta uma ex-assistida do CRAM durante o diálogo sobre a rede de enfrentamento à violência contra mulher, realizado na manhã desta quarta-feira (6), na sede do serviço de acolhimento.

O CRAM é a porta de entrada para mulheres em situação de violência no município de Alagoinhas. O equipamento compõe a rede de proteção formada por diversos setores, como: Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), Ministério Público (MP), Guarda Civil Municipal (GCM), CRAM, Casa de Acolhimento, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM-BA) e Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher (COMDEDIM).

Durante o evento que celebrou os seis anos do equipamento de enfrentamento à violência, representantes da rede apresentaram os serviços e discutiram pautas femininas para uma plateia majoritariamente feminina, porém com participações masculinas na escuta. “É importante respeitar o lugar de fala e por isso a mesa será composta por mulheres, só elas sabem o que precisam enfrentar no dia-a-dia e nós, homens, precisamos aprender a ouvi-las e, a partir daí, encontrar maneiras para contribuir com a luta”, afirmou Alfredo Menezes, secretário de assistência social.

Foto: Roberto Fonseca / SECOM

A simbologia do evento ficou marcada pela escolha de Dilcineia Nery, ex-assistida do CRAM, para realizar a abertura do evento. Ela aproveitou a oportunidade para contar sua história de superação, “o CRAM me acolheu no momento mais delicado da minha vida e para quem se sentia um nada, hoje eu me sinto importante, realizada, superada. A família CRAM me acolheu e me protegeu”, desabafou.

Em seis anos de atuação o serviço já atendeu 4.774 mulheres e acolheu 937 assistidas. “Coincidentemente o CRAM de Alagoinhas comemora seis anos ao mesmo tempo em que a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM-BA) comemora sete anos de atuação no estado. O que significa que em menos de um ano houve implantação do equipamento em Alagoinhas. Fico feliz de encontrar aqui uma equipe completa, qualificada e extremamente comprometida. Esse evento é muito importante para que as mulheres conheçam a rede de proteção do município”, disse Lanai Santana, representante da SPM-BA.

Na mesa foram apresentados dados de violência contra mulher pela presidente do COMDEDIM, Juci Cardoso, a participação da PM e da GCM com a Patrulha Maria da Penha, os direcionamentos psicológicos realizados tanto no CRAM, como nos CRAS, o empoderamento de mulheres por meio da autonomia financeira, apresentado pela SPM e o trabalho de investigação e registro das ocorrências que é feito na DEAM, inclusive, delegada Rosilene Régis apontou a violência contra mulher como um fenômeno social.

Foto: Roberto Fonseca / SECOM

“A Bahia é o segundo estado que mais mata mulheres em situação de violência doméstica. Mulher sempre foi subjugada e num passado não tão distante era permitido matar as mulheres, isso estava no código jurídico. É muito significativo perceber que tudo que existe na rede é fruto das lutas das mulheres. Daí a importância deste debate aqui porque ele salva vidas, este é um evento que salva vidas”, finalizou Juci Cardoso, presidente do COMDEDIM.

Após o diálogo foram realizados sorteios de brindes para as mulheres que participaram do evento e ofertas de serviços, como: nutrição, estética, vacinação, bolsas para cursos profissionalizantes, autorização de exames oftalmológicos – em parceria com instituições privadas, Bolsa Família e ACESSUAS Trabalho, além de atendimentos de saúde, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) e 3ª DIRES.

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SEMAS - CRAM

 

 

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