Imagens que dizem sobre a feira, os lugares, as pessoas, a cidade. É voltando os olhares para Alagoinhas, fotografada sob as impressões e perspectivas precisas de profissionais da terra, que se constitui a Exposição iniciada esta semana, no foyer da Biblioteca Municipal Maria Feijó.
As fotos expostas, em cores, e traços, linhas, texturas e pontos remetem a detalhes de casarões antigos, manifestações da cultura, expressões do cotidiano ou figuras da cidade, e grande parte desses registros partiu dos fotógrafos que se especializaram nos espaços públicos.
Foto: Roberto Fonseca
Conhecidos como “fotógrafos lambe-lambe”, os profissionais que quase sempre foram procurados para registrar momentos especiais, famílias, na praça, guardam hoje imagens que dialogam com a história da cidade. O equipamento antigo, das máquinas-caixote, do papel fotográfico e da câmara escura, se transformou, gradativamente, com a tecnologia digital. E os itens expostos, no foyer, junto às imagens, ajudam a contar uma parte da história modificada pela técnica na elaboração da fotografia.
Foto: Roberto Fonseca
A iniciativa é da Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo (SECET), em parceria com a Associação dos Fotógrafos de Alagoinhas e região.
“Artistas como Amilton, Iron, Ely, Anailton, Kekeu, José Carlos, Radison, Agnaldo e Rubem estão mostrando, através de suas lentes, momentos únicos que transmitem toda uma emoção, mesmo que seja congelada. Mas é uma sublime emoção. Expor o trabalho desses profissionais é uma forma de rememorar pessoas, espaços da história da nossa gente, mas também de trazer visibilidade para a produção local, através de perspectivas de quem enxerga Alagoinhas não como quem vem de fora, mas como quem é capaz de fazer ver de dentro a delicadeza do cotidiano”, ressaltou o diretor de cultura do município, Edson Carneiro.
Para a presidente da Associação dos Fotógrafos de Alagoinhas e região, Dulcicleide Santos Barreto, popularmente conhecida como “Kekeu”, que participa da exposição, a proposta é não apenas trazer para a centralidade a história contada através da fotografia, mas expandir, valorizar o trabalho dos profissionais envolvidos. “A gente trabalha com amor e dedicação. No meu caso, há 30 anos. Tem 28 anos que estou no Coreto. Comecei a fotografar quando meu pai me deu uma máquina. Naquela época, eu tinha 20 anos. Fui tomando gosto. Hoje o digital expandiu a fotografia”, relatou.
Foto: Roberto Fonseca
Segundo ela, entretanto, o registro do celular não tem o mesmo significado de um trabalho profissional. “Pra mim, uma fotografia é uma coisa eterna. Tenho álbuns de clientes meus que eu digo ‘você vai passando de pai, para filho, de neto para bisneto’. Adoro fotografar. Fotografia é minha vida”, acrescentou Kekeu, que aproveitou também para falar sobre a importância da requalificação que está sendo feita pela gestão municipal na Praça do Coreto, tradicionalmente conhecida pela presença e atuação dos “fotógrafos lambe-lambe”. “O funcionamento dessa praça, e eu falo em nome de todos os fotógrafos, é maravilhoso. Está todo mundo maravilhado com a reforma. Agradecemos a toda a equipe envolvida, à secretária Virgínia, a André, professora Iraci, Edson Carneiro, e ao nosso prefeito Joaquim Neto”, pontuou.
A Exposição é aberta ao público, que pode aproveitar para fazer a visita ao foyer da Biblioteca Pública, no centro da cidade, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h30.
Foto: Roberto Fonseca
