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Manifestações culturais marcam o Dia da Consciência Negra em Alagoinhas


21 de novembro de 2018, 14:40

Comemorado na última terça-feira(20), o Dia da Consciência Negra é apenas uma forma de chamar a atenção a uma questão que precisa ser debatida todos os dias. A análise é compartilhada por todos os participantes dos eventos alusivos à data que estão sendo realizados durante todo o mês, pela Secretaria Municipal de Assistência Social(SEMAS), por meio da Diretoria de Reparação Racial e em parceria com o Conselho Municipal de Desenvolvimento da Comunidade Negra Afrodescendente e Uneb.

Para celebrar a data, durante toda a manhã desta terça-feira, o estacionamento da prefeitura recebeu uma série de atividades culturais e recreativas.Com participação de ativistas, povos de terreiro e quilombolas, a programação contou com a comercialização dos produtos da Farmácia Verde do Cangula, apresentações de Lucas Gogó de Ouro, dos grupos de capoeira Centro Cultural, Manhas de Bambas e Sonhos de Jackie-Chan, e dos dos Grupos de Samba da Comunidade Quilombola do Oiteiro, Resgate, Grupo de Samba do Catuzinho e do Samba de Roda do Tombador, que trouxe a tradição da “Farinhada.

O evento foi encerrado com exibição do Documentário: Quilombo: “ Quilombo: Onde  História Resiste”, produzido pela Secretaria Municipal de Comunicação(SECOM) e com a apresentação do Grupo de Rap Coletivo Petrolatividade. “Os eventos e suas ênfases na educação, na juventude e na visibilidade negra apontam para o fortalecimento do orgulho negro.Em Alagoinhas, avanços têm acontecido tanto pela vontade política que temos visto nesta gestão tanto pelo crescimento da mobilização do movimento em geral pela resistência”, afirma o presidente do Conselho Afrodescendente Clécio Oliveira. “É preciso falar no período da escravidão, mas a forma de resistência mais eficaz é mostrar a riqueza da contribuição negra para a sociedade em todos os âmbitos”, completou a diretora de Reparação Racial, Dulcineide Bispo.

As dificuldades que a população quilombola ainda enfrenta para assumir a sua identidade foi um dos aspectos destacados pelo historiador e pesquisador do tema pela Uneb, Gilvan Barbosa. “  Alagoinhas possui em seu território três comunidades quilombolas reconhecidas, Catuzinho, Cangula e Oiteiros, mas a palavra quilombola ainda tem muitas distorções negativas e isso precisa ser trabalhado em todo o país”, disse Gilvan. “ Até porque muitos quilombos reconhecidos foram formados depois da abolição a exemplo das favelas, que nada mais são que quilombos formados pelos que foram não tiveram outra opção além de se estabelecerem em regiões periféricas, sem acesso a condições que permitam ascensão social”, acrescentou o historiador.

Visibilidade Negra

Com o tema geral, “ Rompendo o silêncio que nos torna invisíveis”, o Novembro Negro teve  a sua abertura oficial no dia 05, com uma roda de conversa e apresentações do Grupo de Dança  Afro Dance s Life, do Bairro Miguel Velho , dos Grupos de Capoeira Pomba Branca, Manhã de Bamba e Mar Sem Fim no Terreiro Ilé Axé Ajunçun, Comunidade do Jambreiro.

Como parte da programação, também já foram realizados palestras com estudantes na Câmara de Vereadores, feiras de serviços, além de rodas de conversa no Salão Verde da prefeitura com representantes das comunidades quilombolas do Buri, Catuzinho, Oiteiro e Cangula no Salão Verde da prefeitura, oportunidade em que foi debatido o processo de autonomia econômica e o enfrentamento da violência contra a mulher e o XV ENEDS (Encontro de Engenharia e Desenvolvimento Social) e na Uneb, quando foram discutidos o direito à universidade pública, gratuita e de qualidade frente à elitização de vários cursos acadêmicos e a importância do término dos privilégios existentes e a democratização dos saberes e das oportunidades.

“O racismo ainda é muito presente no Brasil e partindo da premissa de que a Educação é a melhor forma de enfrentamento, as atividades de hoje partem de ações descentralizadas que estão sendo realizadas pela primeira vez no município, durante os 30 dias do mês de novembro”, destaca o secretario da SEMAS, Alfredo Menezes. “E entre as iniciativas importantes que atestam os avanços que o município tem contabilizado nesse sentido podemos citar as ações integradas com o Conselho, o mapeamento dos terreiros e a regulamentação das atividades das baianas do acarajé”, completou o secretário.

Confira a programação: https://goo.gl/rgj5we

Veja mais fotos do evento:
SEMAS - Dia da consciência Negra

 

 

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