A Prefeitura de Alagoinhas, através da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo (SECET), promoveu hoje (31) uma grande ação para o encerramento do “Julho das Pretas”, com espaço de saúde, tratamentos de beleza e programação cultural aberta ao público no Mercado do Artesão.
A programação contou com aulão de zumba, aferição de pressão, verificação de glicemia, penteado nagô, turbantes, demonstração de maquiagem e samba de roda. A proposta, segundo a SECET, era ocupar os espaços interno e externo do local para a valorização da identidade da mulher negra brasileira.
“O samba de roda existe desde 2008. Quem fundou esse samba de roda Deus já levou. O que eu sei é que, de lá pra cá, todo mundo gostou e está segurando a causa para não acabar. A gente quer o samba pra cima! São 12 participantes. Estamos tentando resgatar. A música é de nossa autoria. Ela vem dos mais velhos, dos nossos antepassados. A gente nunca esquece. Esse samba é um resgate da comunidade pra gente se unir ainda mais”, enfatizou a coordenadora do Samba de Roda do Oiteiro, Elisa Maria dos Santos.
O grupo se apresentou nesta terça-feira junto com os integrantes do Estrela do Samba, do Catuzinho, convocando o público para a dança no palco do Mercado.
“Eu acho muito importante, porque as raízes do Oiteiro são quilombolas. Então nós temos terreiros de candomblé, temos samba de roda, o pessoal de lá gosta muito de vender acarajé. Pra mim, é de uma importância muito grande”, afirmou a presidente da associação do Oiteiro, Maria de Lurdes Jesus, sobre a relevância da iniciativa.
Para Agda Silva dos Santos, que esteve no local e participou da ação, a realização propõe um debate fundamental que pode ser levado inclusive para outros espaços de discussão. “Que não seja só a questão cultural, que vá para a educação e outras instâncias. Que os professores trabalhem isso também dentro da sala de aula. O que as crianças que participaram acharam? Como elas vêem? Como elas se enxergam?”, argumentou, se referindo aos alunos de escolas municipais que estiveram no Mercado do Artesão prestigiando a iniciativa.
Seguindo a agenda comum de intervenção do movimento de mulheres negras da Bahia, que têm apresentado propostas para debater políticas públicas, ações e intervenções no mês de julho, em que se institui o Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, a proposta da prefeitura municipal era justamente levar para o foco da discussão a celebração da luta e da resistência da mulher negra, atentando para o fortalecimento e para a preservação cultural dos grupos tradicionais.
O evento começou às 9h e seguiu até o meio da tarde, com música no palco fechando a programação.