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Última Live das Pretas abordou o futuro das Mulheres Negras


29 de julho de 2021, 10:33

Foto: Roberto Fonseca

“O Futuro das Mulheres Negras” foi o tema que movimentou a última Live das Pretas, realização da Prefeitura de Alagoinhas, por meio das secretarias de Assistência Social (SEMAS), e de Cultura, Esporte e Turismo (SECET), em articulação com o Conselho Municipal de Desenvolvimento da Comunidade Negra e Afrodescendente e o Conselho Municipal da Mulher. A ação foi realizada na noite de quarta-feira (28) e faz parte da Campanha Julho das Pretas.

Apresentado por Juliana Persan, enfermeira obstetra, maquiadora profissional, modelo independente, Miss Alagoinhas e Miss Brasil Mesoamerica, o encontro virtual foi transmitido diretamente da Biblioteca Municipal Maria Feijó, com a participação de Cláudia Isabele dos Santos – assistente social, especialista em políticas públicas de gênero e raça; e Raimunda Oliveira – advogada popular, integrante do coletivo mupps e coletivo mahin.

Divulgação

Citando o livro “Pele negra, máscaras brancas”, obra-prima de Frantz Fanon sobre a diáspora africana, Juliana iniciou o diálogo com Cláudia Isabele, trazendo perspectivas de um futuro promissor para as mulheres negras. “Ter a ousadia de sonhar e se arriscar no sonho de maneira aguerrida e comunitária vai produzir um futuro melhor para as meninas negras e uma proteção social mais robusta”, pontuou Cláudia, que ao longo de sua fala reforçou a importância dos ambientes democráticos para levar a cabo as conquistas da comunidade negra.

Raimunda Oliveira, com uma presença marcante no vídeo, fez questão de audiodescrever a sua imagem, valorizando a inclusão. Entre as abordagens trazidas em sua fala, ela disse que “dentro dos Direitos Humanos, sempre fomos direcionados a trabalhar no coletivo e até hoje eu acredito nessa coletividade”.

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Relembrando Angela Davis, Raimunda falou sobre a politização da resistência. “Diante desse contexto, ser uma advogada popular é enfrentar a cada dia o racismo estrutural e institucional”. Ela ainda lançou questionamentos a respeito do papel desempenhado pelas pretas dentro da sua comunidade. “O que você está fazendo para a sua transformação?”.

Em uma de suas intervenções, a mediadora Juliana Persan declarou que “quando a gente realmente toma posição de mudar uma realidade, as coisas mudam para melhor. Talvez não agora, mas quando a gente exerce o poder de futuro”. Ela também ressaltou o quanto de conhecimento foi absorvido durante cada encontro, enriquecendo a pauta sobre o assunto.

Para quem não conseguiu acompanhar as lives, o conteúdo continua disponível na página oficial da Prefeitura de Alagoinhas no Facebook: Acesse Aqui

Foto: Roberto Fonseca

A secretária e professora Iracy Gama, uma das idealizadoras da Live das Pretas, em sua saudação final aproveitou para anunciar a vinda da Coordenação de Políticas da Promoção da Igualdade Racial para a Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo (SECET), “a fim de cuidar, dentre outras coisas, das mulheres negras”. Ela também agradeceu, em nome da SECET, da SEMAS e da SECOM ao prefeito Joaquim Neto, “pela disposição de servir e pela preocupação com a comunidade que é mais sofrida e mais precisa do apoio da gestão”.

Por fim, a professora Iracy leu para o público um dos textos produzidos por ela, especialmente para a ocasião; dois acrósticos (composição escrita com letras iniciais de uma frase) com as palavras “mulheres pretas”:

Ave, mulheres pretas

Mil problemas para vencer diariamente,

um salário curtinho ou falta de trabalho

ligada em tudo ao seu redor, aguça a mente

honestamente se joga

em busca de agasalho e de comida pra si, pros filhos e pra a família

revivendo uma história que é sua e de mais quantas?

Entre tantos que sofrem ela pensa: não sou uma ilha

sou preta, sou mulher, eu sei o quanto valho

Pretinhas, pequeninas, bem meninas

recebam como herança das pretas adultas

exemplos de vida, de coragem e de luta.

trançamos o cabelo pra lembrar o nagô

ancestral de nossos pais, de nosso avô

saibamos garantir e honrar nosso valor.

 

 

 

 

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